Oi gente,
Resolvi contar minhas peripécias e perumbulâncias pelo Rio periodicamente pelo blog. O episódio de hoje é: Glória.
A Glória é um bairro de classe média e média-alta localizado na extremidade norte da Praia do Flamengo. É considerado o primeiro bairro da Zona Sul carioca, por fazer limite com o Centro e a Lapa. O Bairro da Glória perdeu boa parte do seu acesso ao mar com a construção do Aterro do Flamengo.
Até os anos 1930 era considerado o Saint-Germain-des-Prés (provavelmente isso quer dizer que o lugar era pra poucos e bons) carioca, pois desde fins de 1880 abrigava hotéis que serviam de residência a deputados, senadores, em exercício no Rio de janeiro, então capital federal. Boa parte de seus modelos arquitetônicos e urbanismo inspiraram-se em Paris, basta considerar a Praça Paris, um verdadeiro jardim francês. Foi nesse bairro que Machado de Assis entre outros artistas, músicos e personalidades criaram o famoso Clube Beethoven, um seleto grupo que se reunia para ouvir as obras compositor alemão.
Entre os anos 30 e 60 do século XX, os casarões em estilo eclético e boa parte das vilas operárias vão dando lugar a prédios, que acabaram dando ao bairro o aspecto que tem hoje. Com uma área territorial pequena, o bairro possui o 16º melhor índice de IDH da cidade (Wikipedia).
Bom, essa é a versão da Internet. A minha é a seguinte: há alguns meses peguei um engarrafamento apocalíptico e tive que descer do ônibus pra voltar de metrô. Eu nem sabia onde estava, era diferente do resto da cidade mas ao mesmo tempo a cara do Rio: o bairro da Glória. Tinha que voltar lá, o lugar é uma fofura. Hoje de manhã peguei o metrô e fui em busca de uma feirinha orgânica bem famosa no bairro. O início de sábado na Glória estava simplesmente irresistível, ligeiramente nublado, quentinho, com a brisa vinda do mar, aquelas árvores seculares da mata atlântica que resistiram ao lado de casas em estilo colonial contrastando com prédios típicos dos anos 1960 e 1970. As ruas inspiram confiança parece que estava em uma cidade pequena e charmosa, longe do furor do Centro e Copacabana.
Resolvi contar minhas peripécias e perumbulâncias pelo Rio periodicamente pelo blog. O episódio de hoje é: Glória.
A Glória é um bairro de classe média e média-alta localizado na extremidade norte da Praia do Flamengo. É considerado o primeiro bairro da Zona Sul carioca, por fazer limite com o Centro e a Lapa. O Bairro da Glória perdeu boa parte do seu acesso ao mar com a construção do Aterro do Flamengo.
Até os anos 1930 era considerado o Saint-Germain-des-Prés (provavelmente isso quer dizer que o lugar era pra poucos e bons) carioca, pois desde fins de 1880 abrigava hotéis que serviam de residência a deputados, senadores, em exercício no Rio de janeiro, então capital federal. Boa parte de seus modelos arquitetônicos e urbanismo inspiraram-se em Paris, basta considerar a Praça Paris, um verdadeiro jardim francês. Foi nesse bairro que Machado de Assis entre outros artistas, músicos e personalidades criaram o famoso Clube Beethoven, um seleto grupo que se reunia para ouvir as obras compositor alemão.
Entre os anos 30 e 60 do século XX, os casarões em estilo eclético e boa parte das vilas operárias vão dando lugar a prédios, que acabaram dando ao bairro o aspecto que tem hoje. Com uma área territorial pequena, o bairro possui o 16º melhor índice de IDH da cidade (Wikipedia).
Bom, essa é a versão da Internet. A minha é a seguinte: há alguns meses peguei um engarrafamento apocalíptico e tive que descer do ônibus pra voltar de metrô. Eu nem sabia onde estava, era diferente do resto da cidade mas ao mesmo tempo a cara do Rio: o bairro da Glória. Tinha que voltar lá, o lugar é uma fofura. Hoje de manhã peguei o metrô e fui em busca de uma feirinha orgânica bem famosa no bairro. O início de sábado na Glória estava simplesmente irresistível, ligeiramente nublado, quentinho, com a brisa vinda do mar, aquelas árvores seculares da mata atlântica que resistiram ao lado de casas em estilo colonial contrastando com prédios típicos dos anos 1960 e 1970. As ruas inspiram confiança parece que estava em uma cidade pequena e charmosa, longe do furor do Centro e Copacabana.
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A menos de 5 min do metrô lá estava ela, um oásis de vida saudável, a Feira Orgânica e Cultural da Glória. Essa feira abriga uma infinidade de opções para quem busca qualidade de vida e consumo consciente: verduras, frutas, castanhas, sucos feitos na hora (por uma senhora que me lembrou a tia Anastácia do Sítio do Pica-pau amarelo), leites e derivados vindo de fazendinhas que tratam bem os seus bichos, material de vida alternativa, campanhas de ONGs ambientais, purificadores de água, e excepcionalmente hoje, uma festinha julina com produtos orgânicos e sem derivados de animais. A atmosfera tranquila, feliz e pacífica era quase palpável e podia ser vista através das crianças brincando pela praça, dos cachorros e gatos que me perseguiam abanando o rabo e pedindo carinho, dos velhinhos sentados nos bancos conversando, dos jovens debatendo política, dos consumidores e agricultures supersatisfeitos. Tudo isso me fez me sentir muito feliz pela escolha do meu estilo de vida.
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Fui às compras. Muitas pessoas reclamam e atestam que não compram orgânicos porque são muito caros. Para fazer o teste levei apenas R$ 20 e fiz uma pesquisa de preço. O suco verde orgânico que eu tomei de 300 ml custava R$ 5, incrivelmente delicioso e nutritivo feito na hora por uma senhora aparentemente pobre, linda e cheia de saúde. Um maço muito generoso de agrião e outro de rúcula custavam R$ 1,80 cada. Um pacote de cenouras bem robustas e viçosas valia R$ 3,50. Um pacote de carambolas me custou apenas R$ 2. Ou seja, minhas compras que durariam aí em casa em Brasília, para nós quatro comedores vorazes de verduras, por 1 semana ou mais foi R$ 9,10. É caro? Com certeza é bem menos do que uma saída a noite, uma cerveja e alguma coisa pra beliscar . Tudo bem se você não puder encher a sua casa de orgânicos, mas algumas substituições podem ser valiosas. O brasileiro ingere 4 litros em média de agrotóxicos por ano. Cabe a você definir suas prioridades e organizar suas finanças. Curtam as fotos, família (atentem para uma foto especial que tem um vovô jogando bola com seu netinho num campinho de areia, na maior disposição).
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Querida prima,
ResponderExcluirParabéns pelo belíssimo blog, com um texto muito gostoso de ler e fotos maravilhosas!
Seremos leitores assíduos, pois gostamos muito dos seus pensamentos e da sua personalidade.
Um grande beijo, de quem muito te admira!
Léo e Mari
Esse pacote de carambolas deu uma vontade....
ResponderExcluirHum...
Oi Laís!
ResponderExcluirSeu texto aumentou minha vontade de conhecer o Rio, e a partir de hoje, em especial o bairro Glória!
Grande beijo!
Lalá!
ResponderExcluirQue massa! Botei muita fé!
Vc chegou a me falar do bairro da Glória, mas não parei ali... me leva lá na próxima?
Esse estilo de vida carioca é legal de ser visto e entendido - até porque, diversas vezes, pensam que o Brasil inteiro é igual ao Rio.
Quero ver você mostrando fotos suas andando de skate na Barra, já está no seu itinerário bloguístico? Rs!
Parabéns!!!
Beijo!
Lá,cá entre nós (!), você arrasou nos presenteando com este mimo texto-visual! A redação é tão deliciosa e multisensorial, quanto o tema suculento. Cheio de frescor, me deixou com água na boca na expectativa de um dia desfrutar do deleite desta vida simples, saudável e plena, a seu exemplo. Beijos estalados tal qual o quebrar do caule daquelas rúculas verdejantes!
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